Após ter recebido 6460 visitantes no SESI de São José do Rio Preto, a exposição “Verger & Carybé: entre as duas margens do Atlântico” é inaugurada em Itapetininga, apresentando a obra de dois importantes nomes da arte no Brasil, o artista plástico Carybé e o fotógrafo Pierre Verger.
Transformando o espaço expositivo do SESI em duas margens deste Atlântico Negro, a presente exposição incita a uma leitura não (só) linear, retratando visualmente uma parte dessa circulação existente entre a África e a Bahia, assim como o fértil diálogo contrapontístico estabelecido entre as fotografias de Pierre Verger e os desenhos e aquarelas de Carybé.
O contato mantido com o candomblé da Bahia foi o grande estímulo para que Pierre Verger, consciente da impossibilidade de entender o Brasil sem que se compreenda a África, cruzasse o Atlântico, em 1948, para iniciar uma pesquisa pelas comunidades étnicas da Nigéria e do Daomé (atual Benin).
Já Carybé, através da inserção de elementos da cosmologia e cosmogonia do candomblé nas suas obras, contribuiu para uma redefinição estilística da herança afro-brasileira no cenário artístico. Do entalhe à cenografia, com especial atenção à pintura e ao desenho, é impossível não associar a representação artística do candomblé aos traços memorizados com precisão e retratados com virtuosismo pelo artista.
As obras de Pierre Fatumbi Verger e de Carybé argumentam com a grandeza da arte e do convívio plural contra os obscurantismos do preconceito e da indiferença.
A exposição fica em cartaz no SESI de Itapetininga (Av. Padre Antonio Brunetti, 1360 - Vila Rio Branco) até o dia 27 de julho. Visitação, de terça a sábado, das 09:00 às 20:00.